Vinho e Coração
O vinho é uma bebida milenar que vem crescendo cada vez mais seu consumo pelo mundo. O efeito protetor do vinho para a saúde é comentado desde a antiguidade, sendo inclusive citado em algumas passagens bíblicas como em Tm 5:23, onde São Paulo aconselha a Timóteo: “Não continues a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa do teu estômago e de tuas frequentes indisposições”.
Na década de 80, um pesquisador da Universidade de Bordeaux chamado Serge Renaud observou através de um estudo que mesmo com uma dieta com grande quantidade de gorduras saturadas, os franceses apresentavam menos problemas coronarianos. Esse dado ficou conhecido como o “Paradoxo Francês” e foi atribuído ao consumo moderado do vinho por parte dos franceses. Isso chamou a atenção de diversos cientistas e foram realizados vários estudos sobre o vinho e proteção cardiovascular a partir daí.
Alguns estudos demonstram que o consumo moderado de vinho (aproximadamente uma taça de vinho) produz efeito anti-oxidante no organismo, ação vasodilatadora dos vasos sanguíneos e aumento do HDL (colesterol bom). Essas modificações no organismo estão relacionadas diretamente com o efeito protetor cardiovascular.
Um dos responsáveis por esses benefícios são compostos encontrados em alta concentração nas uvas, chamados de polifenois (presentes na casca e sementes). Seu principal representante é o resveratrol. Tem uma maior concentração nos vinhos tintos do que nos vinhos brancos. Isso se deve ao fato que durante a fabricação do vinho tinto, a casca da uva fica mais tempo em contato com outras substancias, como o álcool, do que durante a fabricação do vinho branco, e é na casca da uva que o resveratrol está presente.
Importante lembrar que os estudos mostram que o efeito protetor é com quantidades moderadas de álcool (aproximadamente uma taça de vinho). Já está mais do que provado que o excesso de álcool está diretamente relacionado com diversos problemas como o alcoolismo, distúrbio do comportamento, cirrose, neoplasia, hipertensão arterial, arritmia etc. Portanto moderação é fundamental.