Apnéia Obstrutiva do Sono
O sono é um processo fisiológico que consome mais de um terço das nossas vidas. Quando de má qualidade ou insuficiente pode provocar prejuízos neurocognitivos, doenças orgânicas e ainda podendo estar relacionado a aumento da mortalidade.
A apnéia obstrutiva do sono caracteriza-se pelo fechamento parcial ou total, de forma intermitente, da via aérea superior durante o sono, cessando o fluxo aéreo. Isso resultará em queda da oxigenação do organismo e esforços respiratórios. O indivíduo então apresentará um despertar transitório para um estágio mais leve do sono com consequente desobstrução da via aérea e restauração do fluxo de oxigênio.
Essa interrupção da respiração normal ocasiona comprometimento do desempenho no trabalho no dia seguinte, pior qualidade de vida e disfunção cognitiva. Do ponto de vista cardiovascular, pode contribuir com surgimento de hipertensão arterial sistêmica e arritmias cardíacas. A prevalência dessa doença é de 2 a 4% da população mundial. Um dos possíveis mecanismos de contribuição para o surgimento da apneia do sono é a obesidade. A obesidade e os distúrbios do sono caminham lado a lado. Atualmente 40% dos homens obesos e 70% dos que estão se tornando obesos apresentam risco real de desenvolver distúrbios do sono. Indivíduos com índice de massa corporal maior que 40 apresentam prevalência da doença entre 40 a 90%. No caminho contrário, a redução de peso é um importante aliado do tratamento, conferindo a cada diminuição de 10% do peso com uma redução significativa dos índices de apnéia.
A doença deve ser suspeitada quando alguns sintomas são percebidos pelo paciente ou familiares. Dentre eles podemos citar roncos (sintoma mais frequente), apneia testemunhada (pausa respiratória após alguns dos roncos), engasgos durante o sono, sonolência excessiva durante o dia, dificuldade de concentração e memória, dores de cabeça ao acordar e até mesmo depressão. Um mecanismo no auxilio do diagnóstico com pacientes suspeitos é o Questionário de Berlim no qual se realiza algumas perguntas e após as respostas avalia-se quantas foram positivas e se o paciente apresenta suspeita de alto risco para apnéia obstrutiva do sono. O principal método para realizar o diagnóstico é um exame que se chama polissonografia.
O tratamento consiste em medidas comportamentais (principal a perda de peso) e o uso de um aparelho respiratório para utilizar durante o sono que se chama CPAP.
É importante na suspeita do paciente apresentar apnéia obstrutiva do sono, procurar um profissional para realizar investigação pois já está comprovado a relação da doença quando não tratada com doenças cardiovasculares como Hipertensão arterial e arritmias cardíacas, além de diversos outros problemas de saúde.
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